quarta-feira, 13 de agosto de 2008
EXPOSIÇÃO
No final do projeto "Educação para convivência com o semi-árido", realizamos uma exposição para a família e a comunidade dos trabalhos desenvolvidos pelas crianças durante o período do projeto. Nessa oportunidade, além da exposição, tivemos apresentações artísticas sobre o tema. Com o apoio da professora Erilene Vieira, o 1º ano cantou a música "A água é minha amiga", o 2º ano com o incentivo da professora Ivonete Guerra apresentou uma paródia da música "Ilariê" ressaltando a importância das águas em nossas vidas, o 3º ano sob a orientação da professora Vanesca Santiago dramatizou a peça de teatro "Chapeuzinho Vermelho e o Lobo Legal" abordando a necessidade de preservação do meio ambiente. Tivemos também a apresentação de dança com interpretação da música "Planeta Água" com o apoio da funcionária Leila Miranda.
Após as apresentações artísticas, o público foi levado pelos alunos para visitarem os trabalhos expostos. Nesse momento, houve situações de interação preciosas entre a comunidade, as crianças e a escola na troca de informações, impressões, reflexões e percepções sobre o meio em que vivem.
No momento seguinte, passamos as fotos de todas as ações realizadas com os alunos em DVD.
Os pais e a comunidade demonstram-se encantados com o talento das crianças. O mais importante é que, de forma simples e acessível, passamos nossa mensagem a respeito da convivência com o semi-árido, esperamos termos contribuído na promoção de reflexões sobre o tema e na mudança de atitudes.
Planeta Água
Composição: Guilherme Arantes
Água que nasce na fonte
Serena do mundo
E que abre um
Profundo grotão
Água que faz inocente
Riacho e deságua
Na corrente do ribeirão...
Águas escuras dos rios
Que levam
A fertilidade ao sertão
Águas que banham aldeias
E matam a sede da população...
Águas que caem das pedras
No véu das cascatas
Ronco de trovão
E depois dormem tranqüilas
No leito dos lagos
No leito dos lagos...
Água dos igarapés
Onde Iara, a mãe d'água
É misteriosa canção
Água que o sol evapora
Pro céu vai embora
Virar nuvens de algodão...
Gotas de água da chuva
Alegre arco-íris
Sobre a plantação
Gotas de água da chuva
Tão tristes, são lágrimas
Na inundação...
Águas que movem moinhos
São as mesmas águas
Que encharcam o chão
E sempre voltam humildes
Pro fundo da terra
Pro fundo da terra...
Terra! Planeta Água
Terra! Planeta Água
Terra! Planeta Água...(2x)
PASSEATA
Realizamos uma passeata junto à comunidade do Catú com o objetivo de conscientizar a população sobre a importância do uso racional da água.
Ao som da música Planeta Água, caminhamos pela comunidade levando cartazes, balões azuis e brancos, placas, faixas e muita determinação para concretizar o objetivo de nos fazer ouvir pelos moradores da localidade.
DOCUMENTAÇÃO SOBRE A HISTÓRIA DAS ÁGUAS DO LUGAR
Convidamos uma pessoa idosa da comunidade que viveu no local (Catú - Horizonte - Ceará) desde a infância para visitar a nossa escola. Dona Maria Isabel de Souza, mais conhecida como dona Nenzinha, de 65 anos de idade, atendeu o nosso convite e nos prestigiou com todo o seu carisma e atenção.
A turma do 2º ano, com o apoio da coordenadora da escola organizou uma entrevista com as perguntas sugeridas no roteiro Educação para a convivência com o semi-árido, entre outras elaboradas pelas crianças para documentar a história das águas do lugar.
Dona Nenzinha com toda sua simpatia e lucidez relatou para a turma que em sua infância o acesso à água era muito difícil, como não tinha água encanada para se conseguí-la para o uso doméstico era necessário caminhar longas distâncias e voltar com uma lata d’água na cabeça, peso muito maior que o corpo de uma criança pode suportar. A água era retirada de cacimbões ou da lagoa. A água da referida lagoa algumas vezes era suja de barro devido a escassez das chuvas na época da seca, porém quando o inverno era bom a água ficava aparentemente limpinha, já que não se observava a sujeira de materiais descartáveis, plásticos, vidros e outros tipos de poluição como se vê hoje, lembra ela.
Os peixes eram abundantes e podia se ver vários tipos, entre os citados por nossa entrevistada estava o cará pé-duro, traíra e curimatã, também no açude do seu avô (um pouco mais distante) existia também o cumurupim. Este referido açude é hoje o açude Pacoti, os antigos donos foram indenizados pela companhia de água do ceará.
Ela lembrou com saudade da infância e disse que era muito bom tomar banho na lagoa (ressaltou que antigamente era limpa, transparente), hoje ela tem vontade, mas não tem coragem por conta da sujeira. Dona Nenzinha nos falou também que a poluição iniciou com a chegada das fábricas e com a falta de educação do povo. Para finalizar nos informou que a água chegou às torneiras com a emancipação do município há 24 anos atrás.
Foi uma atividade muito rica e descontraída, as crianças demonstraram interesse e curiosidade pela história de vida da nossa convidada, finalizamos a entrevista com várias fotos para ficar registrado esse momento de grande valor educacional para nossas crianças.
PESQUISA SOBRE AS CONDIÇÕES DE VIDA DAS CRIANÇAS DO LUGAR
A turma do 3º ano da Escola
Na pesquisa abordamos temas ligados a amamentação, registro de nascimento, água para o consumo, mortalidade infantil, freqüência escolar, assistência médica, destino do lixo, saneamento e reaproveitamento da água.
Com esta vivência foi possível observar que na maioria das casas visitadas não há crianças de até seis meses e nas casas que existem, elas estão sendo amamentadas. As crianças possuem registro de nascimento e na maioria dos casos o nome do pai consta no registro de nascimento da criança.
A água que abastece a casa, inclusive a que é usada para o consumo vem da Cagece (Companhia de Água e Esgoto do Ceará), a família já considera o tratamento da água feito pela Cagece adequado e a consomem. Em apenas uma residência fomos informados que a água era coada antes de ser consumida, as famílias nos falaram que não contam com saneamento e geralmente as águas usadas em casa escorrem para o quintal, não existe o reaproveitamento da água para outro fim, exceto no caso de uma família que reaproveita a água para aguar as plantas do jardim (ornamental) e do quintal (frutíferas).
Quanto a mortalidade infantil constatamos que de todas as casas visitadas em nenhuma ocorreu o falecimento de crianças antes dos 5 anos de idade. Todas as crianças em idade escolar estão matriculadas na escola.
Observamos também a existência de espaços e sombras nos quintais das casas para as crianças brincarem.
Quanto à assistência médica fomos informados que existe dificuldade para o acesso, já que a própria comunidade não conta com um Posto de Saúde e é necessário se deslocar para o posto mais próximo na localidade do Catolé ou para sede do município, necessitando de transporte para locomoção.
Para finalizar a pesquisa também ficamos sabendo o destino do lixo produzido pelas famílias. Eles são armazenados em sacolas plásticas, jogadas no contêiner, aguardando o recolhimento do carro do lixo. Em apenas uma das residências constatamos que o lixo era queimado o que nos causou preocupação já que isso causa danos ao meio ambiente.
Ao retornarmos à escola fizemos uma avaliação do processo identificando os sentimentos, aprendizagens e descobertas da turma. As crianças pouderam expor suas idéias em relação as condições de vida do lugar, os cuidados que devemos ter com o planeta e também tiveram a oportunidade de registrar através de produções de texto as experiências vividas.
VISITA AO AÇUDE ARGEMIRO NOBRE NA LOCALIDADE DE CATÚ
Organizamos um passeio com a turma do 1º ano da Escola Joaquim Antônio da Silva para conhecermos o açude Argemiro Nobre. A turma foi dividida em 2 grupos para o melhor desenvolvimento das atividades propostas. Solicitamos que as crianças observassem os sinais de vida nas águas como os peixes e plantas, bem como os sinais de morte como lixo, sujeira, fezes, plásticos, etc. Observamos também o tipo de vegetação.
O passeio foi muito rico e percebemos o interesse dos alunos durante a aula de campo através de comentários valiosos a respeito do tema proposto, das intervenções e concentração para a realização das atividades no local.
Ao retornar a escola realizamos uma roda de conversa, oportunidade para debatermos os cuidados que precisamos ter com o planeta. Foi também um momento para expor os sentimentos, vivências, descobertas e aprendizagens. Propomos à turma representação através de desenhos.
EDUCAÇÃO PARA A CONVIVÊNCIA COM O SEMI-ÁRIDO
Tendo em vista esses fatos, o Projeto Educação para Convivência com o Semi-árido procurou promover, entre alunos, educadores e comunidade, o aprofundamento do reconhecimento de sua região, seu povo, suas plantas, seus animais, seu clima. Os temas pertinentes à região foram contemplados durante as aulas e enriquecidos através de atividades práticas que visaram o conhecimento e o reconhecimento do semi-árido na localidade do Catú. As ações concentraram-se em esclarecer as crianças, e a comunidade escolar como um todo, sobre a realidade geográfica e social na qual estão inseridas.
A problematização do projeto abordou as seguintes questões:
- Como as crianças estão sendo acolhidas e como estão crescendo no semi-árido?
- Como está a situação das águas na localidade onde vivem?
- Discutir o tema da sustentabilidade ambiental;
- Conscientização sobre o uso racional da água;
- Promover reflexões sobre o desenvolvimento no semi-árido, suas implicações e possibilidades.
- Pesquisa sobre as condições de vida das crianças do lugar;
- Visitas aos depósitos de águas existentes no redondeza;
- Observação dos sinais de vida nas águas (peixes, plantas, etc.);
- Observação dos sinais de morte nas águas (detritos);
- Limpeza do córrego visitado;
- Representação da realidade observada através de murais, dramatização e jogral.
- Roda de conversa sobre a vivência ( aprendizagens, descobertas, dificuldades, sentimentos, percepções);
- Elaboração de uma lista de cuidados com o planeta;
- Entrega de folhetos informativos na comunidade sobre como evitar o desperdício de água;
- Documentação sobre a história das águas do lugar através de entrevista com uma pessoa idosa que viveu na comunidade desde a infância;
- Vídeo Aquária sobre a importância da água;
- Passeata pela localidade com o objetivo de conscientizar e incentivar a população na economia de água. Criação de faixas e cartazes que foram utilizados.
QUEM SOMOS
A escola de Ensino Fundamental Joaquim Antônio da Silva, situada na comunidade de Catú- Horizonte - Ceará, foi fundada em 30 de Dezembro de 1996, e no ano de 2003 passou a funcionar como Escola
O papel da escola é promover o desenvolvimento integral das crianças. Considerando-a em sua condição multidimensional, não apenas na sua dimensão cognitiva, e compreendendo cada criança como sujeito que possui sentimentos e está inserido num contexto de relações. A Escola Joaquim Antônio da Silva busca cumprir esse objetivo, através do planejamento, onde pensamos juntos sobre as atividades que possam contemplar as necessidades de nossos educandos.
Quando nossa escola foi escolhida para participar do Projeto Escola
Por esta razão entendemos que as crianças de
E é neste sentido que percebemos a importância deste projeto que se tornou num instrumento que possibilita a efetivação das ações, metas e objetivos desejados por todos nós. Onde compreendemos que nosso maior desejo é trabalhar a criança tornando-a numa pessoa capaz de tomar decisões, que desenvolva a capacidade de lidar com o conhecimento, desempenhando seu papel enquanto sujeito do processo de ensino e aprendizagem e sendo, sobretudo uma criança feliz.
JUSTIFICATIVA
O Projeto Escola
A escola encontra-se numa área rural, onde as crianças têm pouco acesso ao lazer e a uma educação baseada nos princípios de infância. Por isso, introduzimos aos nossos projetos, atividades lúdicas e atrativas, fazendo com que o aluno tenha prazer em permanecer na escola evitando assim o índice de evasão escolar.
A proposta de Educação
MISSÃO
Garantir a todos uma escola que ofereça qualidade no ensino de educação básica, que caminha lado a lado com a comunidade ressaltando a igualdade de oportunidades e eficácia na ação educativa, visando uma sociedade mais democrática e humana diante dos desafios do mundo moderno. Ampliar as oportunidades e situações que promovam aprendizagens significativas, enriquecimento cultural, cumprindo com a função social da escola.
· Compreender que a criança é um ser integral e não o tempo que ela permanece na escola, trabalhando os aspectos da formação nas dimensões motoras, cognitivas, afetivas, sociais, culturais e ética;
· Formar pessoas conscientes, participativas, mais justas e solidárias;
· Estimular o trabalho coletivo incentivando o espírito solidário;
· Ressaltar a importância do respeito para conviver melhor com as diferenças;
· Garantir a todos a mesma dignidade para o exercício da cidadania;
· Exercer com compromisso e eficácia os serviços oferecidos à comunidade escolar;
· Possibilitar situações educacionais de produção e socialização de conhecimentos para que aluno sinta-se sujeito do processo de construção da cidadania.
Equipe Pedagógica e de Apoio
Diretora: Eliane Rodrigues da Silva
Coordenadora Pedagógica: Vanier Leite Santiago
Professoras:
Carolina Abreu
Maria Erilene Vieira Rocha
Maria Ivonete Guerra
Vanesca Leite Santiago
Valneide Melo Lima
Secretária: Elissandra Lopes de Queiroz
Digitadora: Maria Leila Moura Miranda
Auxiliar de Serviços Gerais: Cândida Maria da Silva
Marina Sousa França
Merendeira: Lucimar de Sousa Silva
Matilde Vieira de Assunção
Vigias:
Francisco Jairo Lucas Campinas
João Assunção Neto
PROJETO ESCOLA EM TEMPO INTEGRAL
É um modelo de escola organizado em períodos escolares de 8 horas, com atendimento voltado para crianças de
A referência como escola em tempo integral incide muito mais sobre a integralidade do ser, que sobre a carga horária adotada. A proposta pedagógica tem como princípio teórico metodológico o sócio-interacionista, no qual a criança é levada a construir seu relacionamento a partir da relação com outras crianças, desenvolvendo assim suas competências o que pressupõe assumir uma pedagogia ativa e cooperativa em sala de aula, trabalhar por projetos, por tarefas complexas e desafios que incitem os alunos a mobilizar seus conhecimentos.
A escola é um lugar onde o aluno tem direito a ensaios e erros, onde possam expor suas dúvidas, explicitar seus raciocínios e tomar consciência de como se aprende.
CONTEXTO DE CRIAÇÃO
· Experiência pautada na Escola Plural de Belo Horizonte;
· Desconstrução do modelo de seriação (dos conteúdos, avaliações);
· Realização de reuniões com as famílias para discussão da proposta;
· Princípios teóricos metodológicos sócio-construtivista;
· Participação ativa da criança na construção do conhecimento;
· Espaço de trabalho determinado pelas atividades;
· Pedagogia de projetos;
· Acompanhamento e registro dos avanços e dificuldades das crianças;
· Estudos de textos, socializando no coletivo de professores com a intenção de fazer-mos reflexões sobre nossa prática pedagógica;
· Trabalho com oficinas pedagógicas realizadas mensalmente, com objetivo de integrar as crianças, oferecendo momentos de aprendizagem trabalhando de maneira lúdica.
ESPAÇOS E VIVÊNCIAS
O planejamento das atividades é o fator determinante para a utilização dos espaços existentes na escola e em seu entorno. Assim as atividades acabam por reorganizar a rotina das crianças que exploram e vivenciam experiências significativas para a construção de diferentes aprendizagens: conceituais, procedimentais e atitudinais.
OBJETIVOS GERAIS
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
· Assegurar a participação da família na escola;